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O período de final de ano representa, para milhões de jovens brasileiros, uma
das mais difíceis fases da vida. Estamos falando daquele inevitável momento
de transição entre o fim da etapa escolar básica e início do processo de
escolha da carreira profissional e expectativa de ingresso na universidade e no
mercado de trabalho. Estágio em que o medo do desconhecido e do fracasso,
somados à pressão psicológica e influências impostas pela sociedade podem
potencializar o estresse e, com isso, a dificuldade de planejamento e de agir.
Uma das principais estratégias para enfrentar o estresse e a ansiedade durante
o período de transição entre a adolescência e a vida adulta é não encarar essa
fase como algo definitivo. É preciso lembrar que fazemos diversas escolhas
todos os dias durante toda a vida – isso engloba desde as pequenas, como
qual roupa vestir e o que comer, até as mais complexas, como qual profissão
escolher, ou com quem se relacionar. Essas decisões, embora pessoais, são
influenciadas por vários fatores, entre eles nossa personalidade, expectativas,
emoções, aspectos culturais e até mesmo nosso inconsciente.
Sabe-se que uma das principais características responsáveis pela preservação
da espécie humana é o arrependimento, sentimento capaz de ajudar no
aprendizado após uma escolha não acertada. E é exatamente o conhecimento
o fio condutor para o aprimoramento da nossa capacidade de fazer escolhas.
Conhecer a nós mesmos e as nossas emoções nos leva a ações mais
assertivas e que vão de encontro à nossa essência. O que estamos levando
em conta no momento de escolha? As expectativas externas da família e
sociedade ou nossa vontade interior? Vale a pena refletir!
O medo do fracasso não pode ser impeditivo para avançarmos no processo de
evolução como ser humano. Neste ponto, é preciso se concentrar em quais são
as nossas motivações. São elas quem nos impulsionam a agir, nos tornam
mais entusiasmados, comprometidos e empenhados em buscar resultados
melhores. Há quem diga que a motivação tem poder mais determinante para o
sucesso do que o talento.
Para alguns pensadores da psicologia, nossa motivação depende de três
principais fatores: autonomia, valores e competência. O primeiro indica que o
ser humano tem maior facilidade de perseguir uma meta quando são
responsáveis pelos seus atos e não coagidos. Soma-se a isso o fato de que
nossas crenças, quando levadas em consideração, ajudam no processo
motivador. Por último, sabemos que quanto maior o tempo dedicado a uma
tarefa, mais conhecimento sobre o tema conquistamos e, com isso, ampliamos
nosso senso de perseverança e comprometimento.
A clareza a respeito do que se deseja é um dos fatores chave em todo o
processo de escolha. A capacidade de entendimento daquilo o que é bom para
o indivíduo é fundamental para a motivação e ela pode ser observada a partir
dos sentimentos e percepções físicas do corpo. Aqueles que conseguem
identificar quais ações são capazes de reunir sensações positivas e de
pertencimento têm maior facilidade de alcançar o bem-estar,
independentemente das circunstâncias externas. Quando seguros de si, temos
mais facilidade de agir, fazer escolhas e, em consequência, arcar com os
resultados de cada uma delas.
Por fim, dar um significado além da nossa satisfação pessoal a cada uma das
escolhas é algo que pode nos motivar ainda mais. A sensação de
pertencimento a algo que vai além de nós mesmos pode nos influenciar a uma
busca contínua pelos nossos desejos e, dessa forma, contribuir para nossa
felicidade.
Autor:
* Luiz Ricardo Vieira Gonzaga é doutor em Psicologia e terapeuta cognitivo
comportamental

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Conheça o profissional

Dr. Luiz Ricardo Vieira Gonzaga CRP 06/79399

Terapeuta Cognitivo Comportamental

Mestre (PUC-Campinas, 2011) e Doutor em Psicologia (PUC-Campinas, 2012-2016). Licenciado e Graduado em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB, 2003, 2004). Especialista em Psicologia Clínica (USP, 2006).

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