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Stella Loures, Jornalista.

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Viva a era da tecnologia, onde tudo se fotografa e tudo se compartilha!

De uns anos pra cá, com a evolução tecnológica, a chegada dos smartphones e as câmeras acopladas no celular, ficou muito fácil registrar a tudo e todos em qualquer momento. Vivemos num mundo onde podemos seguir os passos de todos em tempo real. Quem nunca tirou uma selfie que atire a primeira pedra!

Bastou Bradley Cooper, Ellen Degeneres, Brad Pitty e outras estrelas do cinema apontarem uma câmera pra si mesmo que a febre de selfies se espalhou rapidamente, como virais na rede. Hoje se posta sobre tudo, falando sobre nada. Mas existe um limite? Existe uma cordialidade para as fotografias que diariamente bombardeiam na nossa timeline?

O tema é complexo, as respostas mais ainda. Não se tem uma resposta concreta para essa realidade em que vivemos. Sabe-se que virou rotina fotografar cada passo e compartilhar aos amigos e alguns nem tão amigos assim, o que se está fazendo naquele momento. “O espaço público e privado torna-se miscigenado aonde a captura de informações sobre o outro, que esta conectado, pode ser dada em milisegundos sendo que este usuário poderá estar tanto na mesma cidade, ou no mesmo bairro que o seu, como também em outro país”, afirma o psicólogo Dr. Luiz Ricardo Vieira Gonzaga.

 O que era uma evolução tecnológica se tornou assunto sério. Luiz Gonzaga atenta para o uso excessivo das redes: “Essa dependência gera, consequentemente, o isolamento social com a família, grupo de amigos e vizinhos, por exemplo, pois muitos usuários acabam negligenciando o ambiente do espaço social em troca do “mundo virtual”. Observa-se que o isolamento virtual acaba por nos privar, em certos aspectos,  de algumas experiências fundamentais na nossa fase de desenvolvimento sócio-cognitivo-emocional”, completa.

Na Internet surgem a todo momento vídeos e textos que brincam e alertam para o uso excessivo dos smartphones. Segundo uma pesquisa realizada pelo TIC Domicílios, divulgada em junho deste ano pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), o número de brasileiros que acessa a Internet através dos smartphones chegou a 52,5 milhões de pessoas. Isso significa que 31% dos brasileiros com 10 anos ou mais se conectam por meio do dispositivo móvel, o dobro do que era há dois anos, apenas 15%.

Mas acredite se quiser, existem pessoas que não utilizam redes sociais e dizem que nem faz tanta falta assim. É o caso da Branca Guedes, ela tem 21 anos e é estudante de Medicina Veterinária na Universidade Federal de Lavras (UFLA). “Nunca tive nenhum perfil em nenhuma rede social. Não me faz falta nem nunca me fez. As pessoas me denominam como uma pessoa de outro mundo por não aderir às redes”, conta. Branca ainda conta o que acha do uso excessivo da Internet no compartilhamento de fotos.

De uns anos pra cá a Internet móvel se tornou algo mais que presente no nosso cotidiano, mas para algumas pessoas nem tanto assim. João Otávio Ramos tem 14 anos e mora na metrópole de São Paulo, um mundo onde o número de smartphones ultrapassa o número de canetas na sala de aula, e é o único aluno da sala que não possui um celular. “Quando encontramos todos meus amigos ficam no celular e eu fico esperando eles acabarem pra me dar atenção”, comenta. Sua mãe diz que não proíbe, mas ele não sente a necessidade de ter um aparelho: “Quando ele sai eu ligo para o celular de um amigo e nos comunicamos. Sei que existem momentos em que o celular faz falta. Não consigo encontrar meu filho a todo o momento em que quero, mas se ele não gosta, não obrigo. Acho uma raridade um jovem que não quer ter um celular”, diz Wilma Santos.

Mas, em contrapartida, existem pessoas que fazem das redes sociais e dos blogs uma profissão, como é o caso das blogueiras. Uma profissão recente, que vem ganhando seu espaço e prestígio no novo mundo tecnológico. A juiz-forana Camilla Villas é formada em Odontologia, mas há quatro anos largou o mundo clínico para se aventurar na profissão de blogueira. Faz parte da sua rotina registar e compartilhar nas redes coisas do seu cotidiano. “Ao mesmo tempo em que é ótimo ter a facilidade de estar poder estar em contato com todos a todo o momento, isso atrapalha de certa forma nosso dia a dia, passo muito tempo conectada e não me desligo do trabalho”, comenta. Camilla já está acostumada com o mundo virtual e esse contato diário com o público, mas com anos de experiência ela afirma que modificou um pouco a forma de compartilhar. “Falava muito, mas senti necessidade de diminuir um pouco os assuntos que compartilhava. Tem que saber filtrar um pouco as coisas”, completa.

O que se sabe é que a Internet móvel já faz parte da nossa realidade, servindo para facilitar e aproximar nossas relações, como afirma o pscicólogo Dr. Luiz Ricardo Vieira Gonzaga: “a facilidade da comunicação instantânea e fluida promovida pela Internet faz com que as pessoas busquem este recurso como um potencializador das relações sociais, o que mudou a dinâmica das antigas relações nas quais eram mediadas pelo contato físico e presencial”.

   

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Conheça o profissional

Dr. Luiz Ricardo Vieira Gonzaga CRP 06/79399

Terapeuta Cognitivo Comportamental

Mestre (PUC-Campinas, 2011) e Doutor em Psicologia (PUC-Campinas, 2012-2016). Licenciado e Graduado em Psicologia pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB, 2003, 2004). Especialista em Psicologia Clínica (USP, 2006).

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